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Rio de Janeiro 04 Outubro 2019

Gestão Cemiterial do Rio de Janeiro ganha prêmio internacional na Argentina

Com atuação em 26 países de vários continentes, a Consultoria Internacional Dario Loinaz & Co. entregou o prêmio “Destaque Internacional em Gestão Cemiterial” à Daniela Mantovanelli, Coordenadora Geral de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários - CGCS, pelos resultados alcançados em sua gestão à frente dos serviços cemiteriais do município. A cerimônia de premiação aconteceu em setembro na cidade de Buenos Aires.

  

Iniciativas como o Sistema de Controle de Vagas Cemiteriais, que atualiza em tempo real a disponibilidade de jazigos disponíveis para sepultamento, além de monitorar as atividades dos Serviços Funerários locais; o Centro de Livros Cemiteriais, que restaura todo o secular acervo de registros de óbitos da cidade, e digitaliza essas informações para futuros serviços de pesquisa científica e certificação de titularidade, e a iniciativa Retrofit Cemiterial, motivaram a indicação.

Retrofit Cemiterial - Retrofit é uma palavra utilizada principalmente em engenharia, para designar o processo de modernização de algum equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma. Na cidade do Rio, as ações de atualização previstas no Contrato de Concessão dos Cemitérios Públicos, firmado em 2014, exigiram investimentos privados em instalações físicas e sistemas operacionais sustentáveis. Esse conjunto de inovações tecnológicas, implementadas também pelos serviços cemiteriais e funerários particulares, ganhou da gestora municipal o nome de Retrofit Cemiterial, incluindo a revitalização dos espaços, segundo as tendências internacionais do setor.

 

 

De passagem pelo Rio - a caminho de um Ciclo de Palestras no México, Dario Loinaz visitou o Cemitério do Caju, onde foi recebido pela diretoria da Concessionária Reviver, empresa responsável pela gestão do tradicional cemitério e crematório São Francisco Xavier.

Renato Geo e Marco Andrade, apresentaram os projetos de engenharia e arquitetura do “Novo Caju”, detalhando a construção de 12.000 jazigos em moderno paisagismo, ampliando ainda mais a capacidade de atendimento do cemitério inaugurado pelo Imperador D. Pedro II.

Entre os visitantes, José Manuel Oliveira, gerente comercial da Brucker - Fornos Crematórios, Wenceslao Loinaz, consultor da empresa sediada em São Paulo, Daniela Mantovanelli e convidados da CGCS.

 

 

Em entrevista exclusiva aos jornais da Rede de Negócios Funerários e Cemiteriais, no Hotel Arpoador, o argentino Dario Loinaz falou das tendências do setor e de como o Brasil está se preparando para o futuro.

Sobre o prêmio, Loinaz afirmou que sempre prestigia a obra de um artista local, com entrega de esculturas, pinturas e cerâmicas. Disse que em suas viagens e contatos com entidades de classe, tem colaborado com o movimento de modernização de funerárias, cemitérios e crematórios, que ganha força nas grandes e pequenas cidades.

“Quanto ao Rio de Janeiro, o trabalho da Daniela, serve de exemplo para muitos outros países. Visitei a CGCS. O trabalho de recuperação dos livros e a digitalização das informações é fantástico! Tenho 40 anos de Brasil e conheço grandes iniciativas na gestão pública de serviços funerários e cemiteriais, mas o Rio é cartão de visitas do Brasil, também nesta área”, garantiu.

 

Setor Funerário e Cemiterial

Loinaz disse entender que o setor está buscando qualidade. Assume cada vez mais o conceito de negócio, formando profissionais em cursos reconhecidos, ampliando o leque de serviços e pensando no cliente como jamais pensou. “O mercado vai se amoldando ao desenvolvimento do setor. Quando se imaginou tantas funerárias com serviço de cerimonialistas e estrutura de atendimento comparável à loja de shopping? Aliás, outra tendência é o Centro de Serviços Funerários e Cemiteriais, próprios ou integrados por várias empresas, reunindo as facilidades de estacionamento, cerimoniais, sepultamento, cremação, homenagens, serviços pet, alimentação, segurança e tudo. Por isso o setor está conversando com os legisladores municipais, no sentido de atualizarem as normas limitantes que vigoram desde o século passado”, continuou.

Quanto ao crescimento do número de crematórios, o consultor confirma que é uma tendência mundial que se repete também no Brasil, apesar das muitas barreiras culturais e religiosas. Afinal, no interior ainda tem muito espaço para cemitérios tradicionais e jardins. “Fizemos uma pesquisa e verificamos que a resposta expontânea para a pergunta: quer ser cremado? alcançou somente 9% de sim. Contra 28% de resposta positiva, quando acompanhada da informação de que havia disponibilidade de crematório no local. Por isso não tenho dúvidas que basta criar o serviço que o cliente vem. Da mesma forma que aceita fazer despedidas dignas de seus familiares”, lembrou.

O mercado também procura iniciativas ecológicas, sustentáveis, e elas crescem principalmente nas grandes cidades. Todo mundo sabe que não se pode contaminar o ambiente. Por isso os sepultamentos diretos na terra estão sendo substituídos por jazigos controlados e tecnologias inovadoras. “Na argentina, por exemplo, a legislação obriga os fabricantes de urnas a plantarem suas próprias árvores para o processo de fabricação”, alertou.

Para Loinaz, a globalização do setor ainda não passa de simples ameaça, mas é assim que se começa. A China tem interesses comerciais no Brasil, como porta de entrada para a América Latina. Oferecem 200 mil urnas de alta tecnologia a preços competitivos e outros países desenvolvem artigos que ganham mercados, obrigando a atualização da indústria nacional.

“Estudos científicos estão mudando a definição técnica e o conceito de morte. Cada vez menos a morte significa o final de tudo. Depois da vida, as pessoas que amamos ficam apenas invisíveis e merecem despedidas inesquecíveis”, acrescentou Loinaz.

Nesse contexto, José Manuel Oliveira (foto), comentou sobre as novas tecnologias desenvolvidas pela Brucker para as atividades crematoriais, além de novidades para os rituais de despedida. Segundo o gerente comercial, a empresa está lançando um sistema de projeção eletrônica capaz de recriar lembranças e sensações em salas de imersão, ou através de projeção 3D em salas de velório.

 

“Estamos falando de coisas que um dia foram somente tendências, mas que viraram realidade. Nem imaginamos o que vem por aí. Mas tudo é possível também em nosso setor”, finalizou.