Passado e futuro estarão unidos em um dos projetos arquitetônicos mais ousados do mercado cemiterial brasileiro. Um “Túnel do Tempo” foi montado neste dia 28 de novembro para lançar a Pedra Fundamental do que será o mais moderno complexo, entre os cemitérios públicos, que engloba um avançado Cemitério Vertical, equipado com tecnologia de ponta, o primeiro crematório desta região da cidade e, ainda, um programa de resgate da história da fundação do Estado e Município, através das suas valorosas obras de arte e personalidades sepultadas no campo santo. Usando elementos criativos e lúdicos, o túnel conduziu os convidados para a área do coquetel, fazendo com que se sentissem parte da história do Rio.
A preservação do acervo cultural e da memória histórica do São João Batista, fundado em 1852 por D. Pedro II, sempre foram pontos de destaque da nova gestão, que desde 2014 desenvolve o Projeto Cultural Queridos para Sempre! Visitantes de diversos países podem saber mais sobre as personalidades do local, com um aplicativo leitor de código QR. O modelo foi inspirado nos mais famosos cemitérios da Europa, considerados os mais importantes pontos turísticos.
Um showroom permanecerá montado na entrada principal com protótipos das gavetas sustentáveis do Cemitério Vertical, e que também serão implantadas em outras áreas mais antigas do Cemitério. O sistema de sepultamento passa a ser automatizado, com compartimentos de materiais recicláveis, feitos a partir de garrafas pet, bagaço de cana e fibra de coco.
Os Jardins Suspensos do São João Batista
O projeto tem previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2020, ainda na atual gestão. Também estão previstas novas capelas e salas que terão velórios personalizados, um columbário onde poderão ser guardadas as urnas com as cinzas, representando verdadeiros memoriais de homenagem das famílias aos seus entes queridos, além de seis blocos com mais de três mil jazigos e nichos com tecnologia sustentável, a mais moderna do país e reconhecida internacionalmente. Haverá ainda áreas de repouso para as famílias, além de toda a infraestrutura necessária para o maior conforto e aconchego, no momento de despedida.
As primeiras gavetas e nichos equipados com a nova tecnologia, já foram inaugurados na parte antiga do São João Batista. Um sistema integrado de sepultamento biosseguro, com controle inteligente, de forma automatizada, de estanqueidade e tratamento de gases por dissociação molecular, controlado via satélite, garantindo o pleno atendimento à Resolução Federal n° 335/2003 do CONAMA, que trata das diretrizes para o licenciamento ambiental de cemitérios verticais e horizontais.
Uma das grandes vantagens deste modelo de jazigos sobrepostos, considerando as características do terreno, é a eliminação dos canteiros de obras, os riscos associados e resíduos provenientes. É uma tecnologia limpa em seu processo de implantação, e segura para as próximas gerações, com duração de até 300 anos, garantem.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO
O projeto faz parte do Planejamento Estratégico da Coordenadoria Geral de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários, que busca a excelência operacional aliada à modernidade e ao aumento da qualidade dos serviços cemiteriais. “Queremos proporcionar um atendimento mais humanizado e digno para toda a população, em um momento que costuma ser muito doloroso para as famílias” – destacou Daniela Mantovanelli, Coordenadora-Geral da pasta.
Em sua fala, durante o evento, Daniela afirmou que o São João Batista será o primeiro dos 13 cemitérios públicos do Rio a passar por esse processo de modernização e melhoria da eficiência em todos os serviços essenciais. “Este lançamento representa um marco no setor cemiterial. Estamos preparando os cemitérios do Rio de Janeiro para um novo momento. Com o slogan “A vida é um constante recomeço! Bem-vindo ao novo São João Batista”, vamos iniciar uma fase mais moderna no que se refere à tecnologia e conforto neste segmento, preservando as memórias” – finalizou.
Em seu discurso, Geraldo Monge (ao lado de Franklin Toscano, representante oficial do Prefeito Marcelo Crivella e de Daniela Mantovanelli), destacou que o Novo São João Batista vai promover e estimular o resgate do patrimônio histórico brasileiro, no momento em que a cidade perde um de seus mais relevantes Museus. “Como já ocorre na Argentina e na França, pretendo estimular o interesse da população carioca para enxergar o São João Batista como uma opção de roteiro turístico e cultural, que já recebeu o título de maior exposição de Art Nouveau a céu aberto na América Latina. Lá também é possível aprender muito sobre a história do Brasil e de suas personalidades. Meu sonho é colocar os cemitérios que estão sob a concessão da Rio Pax, em um patamar de excelência, nunca visto antes no Município do Rio de Janeiro, e meus ideais estão completamente alinhados com a visão estratégica da Coordenadora Geral da pasta, pois o mercado tem sido direcionado e orientado adequadamente por sua visão de crescimento sustentável do ramo cemiterial” – concluiu.
VOCÊ SABIA?
O São João Batista reúne um inestimável patrimônio histórico e cultural em uma área de quase 225 mil metros quadrados. Entre os mais de 40 mil jazigos e 300 mausoléus, estão diversas personalidades nacionais como Santos Dumont, Carmem Miranda, Oscar Niemeyer, Tom Jobim, Cândido Portinari, Cecília Meireles, Ary Barroso, Luis Carlos Prestes, Clara Nunes e Cazuza.
Em 2014, o Cemitério passou a ser administrado pela Concessionária Rio Pax, recebendo diversos investimentos em obras de restauração, conservação, infraestrutura, limpeza e acessibilidade, incluindo a restauração do Pórtico principal, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Estes investimentos têm sido motivados e incentivados pela Coordenadora Geral da pasta Daniela Mantovanelli, desde 2017, quando trouxe para a gestão pública a sua experiência de quase 20 anos do mercado multinacional.
Primeiro crematório da Zona Sul
Em entrevista ao jornalista Pedro Bial, a atriz Beth Faria disse em 2016, que seu desejo era ser cremada no São João Batista na presença de seus muitos amigos, mas que, infelizmente, o local não tinha crematório. O sonho tão sonhado pelos moradores da zona sul do Rio de Janeiro finalmente vai sair do papel. Segundo o fundador da Rio Pax, concessionária que administra o mais famoso cemitério do país, Geraldo Magela Monge, faltava um projeto com garantia de sustentabilidade e cuja arquitetura estivesse em sintonia com o tradicional bairro de Botafogo. A garantia de eficiência tecnológica veio da Coordenadoria Geral de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários – CGCS, através da titular da pasta, Daniela Mantovanelli.
Prestígio do Setor Funerário e Cemiterial